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A Berindeira Doce

Um blog que retrata uma vida (a minha) perfeita no meio de tanta imperfeição, entre desejos, sonhos, projectos e a realidade!

A Berindeira Doce

Um blog que retrata uma vida (a minha) perfeita no meio de tanta imperfeição, entre desejos, sonhos, projectos e a realidade!

Quem diz o que quer, ouve o que não quer*

Eu tenho de ter uma paciência considerável para aturar certas coisas e tento não responder mas há coisas que não podem ficar sem resposta.

 

Ontem (não vou explicar tudo senão ficam aqui o resto do dia) 

 

Tentava eu convencer despachar um dos pastores alemães que ai veêm a um senhor quando se aproxima a mulher dele e como sempre se mete na conversa...

Eu:Tem a certeza que não quer um?

Ele: Já cá tenho 3, mas são mesmo bonitos.

Ela (que se aproxima entretanto): Um cão? Eu quero é o meu gato, que fugiu já à uma semana, sabe-se lá onde anda.

Eu: Deixe lá, ele volta, os gatos gostam sempre de ir dar uma voltinha.

Ela: É um gato doente, faz medicação, precisa de muitos cuidados, é um gatinho de casa, habituado a mimos.

Ele: Com certeza já morreu, mas é.

Ela: Não digas isso!

Eu: Olhe, se morreu, foi fazer companhia à minha Betty.

Ela: Olha agora, comparar um gato e um coelho, um coelho é um gato mal-parido, ah ah ah (gargalhada). Nada disso, o meu gato foi apanhado por uma senhora velhota muito querida.

Eu (que ouvi aquilo e nãoooooooooooo gostei, que não sou capaz de ficar calada, nem levo desaforo para casa, não resisti): Foi apanhado por uma velhota muito querida que fez com ele gato à caçador, assim como assim um coelho é um gato mal-parido! ah ah ah (gargalhada geral) 

Ela: Ai que estúpida, amor vou-lhe furar os pneus do carro.

 

Claro que o meu H. me disse quando íamos a caminho de casa, eu sabia que aquilo do mal-parido não ia ficar sem resposta.

 

* já é um ditado muito antigo e não há nada tão certo como a sabedoria popular

Betty

Sinto-me triste, "eras apenas" uma coelha felpuda e barulhenta, que adorava festas e detestava colo. Mordias cada vez que te pegavamos ao colo e reclamavas com quem não conhecias por te tentarem agarrar. Costumávamos brincar que rosnavas como um cão e batias as patas cada vez que te vias contrariada. Foste o bicho que mesmo o teu dono não querendo o conquistou e que ontem me repetia enquanto chorava, que era por isto que não queria nenhum animal de estimação. Já me disse que não vamos ter mais animais. Mas eu sei que independentemente de nos custar não te ter aqui fomos infinitamente mais felizes contigo e com as tuas esperas atrás da porta. Barulhenta até mais não, o habito é tanto que ontem quando cheguei á cama ainda me parecia ouvir o barulho que fazias com a gaiola todas as noites.

 

Acredito que tives-te o melhor que te poderíamos ter dado, tives-te sorte de naquela tarde e perante a teimosia do teu dono, ele tenha optado por vir pela Nacional, encontrado a tia, parado para lanchar e que perante a minha teimosia tenhas vindo, numa caixa de sapatos, do Alentejo até Massamá. Eras tão pequenina que vies-te a tentar perceber o que se passava sem nunca teres saído da caixa. 

 

Esperas-te que fossemos embora de casa para partires, ficas-te com a gaiola lavada, água e comida e nós com a certeza de que enquanto estives-te viva fizemos o melhor por ti. Ou pelo menos a esperança disso, podiamos ter-te levado ao veterinário mas não sabíamos que estavas doente e quando o percebemos já não iriam fazer nada por ti.

 

Que haja um Céu para coelhinhos como tu, minha querida Betty!